sexta-feira, 23 de julho de 2010

Coisas do desassossego

Não paro de pensar naquele sorriso incontrolável de Bruno ao som dos gritos e acusações de assassinato. Sorriso aberto, dentes brancos, de um homem alto, de porte atlético...saiu assim, algemado, altivo e rindo diante de flashes e microfones...e gritos, muitos gritos.
Causou-me um desassossego aquele sorriso. Seria do tipo riso de nervoso ou de um louco? De onde vem aquela expressão de altivez? Da certeza de inocência ou da segurança de que o crime compensa? E sigo nesse desassossego...

Uns são grandes sádicos, outros são grandes pederastas, outros confessam, com uma tristeza de voz alta, que são brutais com as mulheres. Trouxeram-nas ali, a chicote, pelos caminhos da vida. (Livro do desassossego - Fernando Pessoa)

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