sábado, 18 de setembro de 2010

Coisas de momentos

Hoje ao tirar fotos da minha mãe com cabelos ao vento lembrei-me de duas das ocasiões em que estive na mesma situação só que do lado de lá. Pensei imediatamente que devo sofrer de uma síndrome de cachorro ao vento. Sabe aquelas cenas em que se vê cachorros com a cara de fora da janela dos carros, curtindo um ventinho? A carinha deles parece dizer que aquilo sim é um estado de felicidade, de prazer... Acho que é por isso que dizem por aí que a felicidade tá na cara!

E é exatamente isso o que penso quando vejo duas seqüências de fotos minhas em momentos bem distintos.

Tá na cara que eu estava simples e completamente feliz nesses dias.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Coisas da serenidade

Dias atrás li um post do Miguel Vale de Almeida no facebook recordando uma fala de seu pai que dizia: “Tudo se há de resolver”. Ou seja, tenha confiança que sempre há uma solução. Isso me fez recordar algumas das aulas que tive sobre meditação onde eu percebi que muito do sentimento de confiança estava relacionado a um estado de serenidade. Há quem diga por aí que serenidade é passividade, não-ação. Mas acredito que não seja isso não. Creio que seja mais a manutenção de um certo equilíbrio, tranqüilidade que permita avaliar nossos próprios sentimentos e pensamentos sem ecos ou ruídos. Mesmo que estes aflorem de maneira desordenada, sem qualquer lógica aparente, conseguiríamos vê-los mais claramente sem aquela urgência gritante que a nossa própria angústia e ansiedade promovem.

Eu já pude observar esse tipo de serenidade em algumas pessoas. Ah...e como eu já as invejei! Até que nas aulas de meditação, o professor falou da importância da respiração para atingir um estado mais sereno. Respirar era preciso. Respirar pro-fun-da-men-te. Qualquer turbilhão de sentimentos poderia ser atravessado ou amenizado com ajuda de um respirar.

Um aprendizado que levo comigo até hoje e que tenho procurado exercitar. Não, ainda não reconheço em mim aqueles que um dia invejei. Mas percebo que isso muito já me ajudou a ter aquela confiança que falava o pai de Miguel de que “tudo se há de resolver”.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Coisas que se perderam

Alma Perdida
(Florbela Espanca)

Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!

Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente…
Talvez sejas a alma, a alma doente
D’alguém que quis amar e nunca amou!

Toda a noite choraste… e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!

Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh’alma
Que chorasse perdida em tua voz!…

sábado, 11 de setembro de 2010

Coisas que Salvador me deu 1

- A Ilha logo alí
- Ir e voltar do trabalho conhecendo os humores do mar
- Bolinho de estudante
- O cortejo da lavagem do Bonfim: onde se é abençoada com água benta, água de cheiro e banho de pipoca
- Almoços em família na casa de Guara
- São Lázaro
- o pôr do sol no Farol da Barra
- A travessia do Ferry Boat
- A Jam no MAM
- Diálogos soltos na rua com completos estranhos
- Feijoada Baiana
- Oferendas para Iemanjá
- Alfazema e coentro para todos os lados
- Pão delícia
- As caminhadas do Porto da Barra ao Largo da Mariquita
- Vestidos, muitos vestidos
- Cocada mole
- Minha primeira reunião de condomínio
- Meu primeiro concurso para professor universitário
- Frio com 23 graus!
- Ruas que são escadarias
- Olhares perdidos no horizonte
- Abará
- Licor de jenipapo no São João
- Amigos batalhadores e carinhosos
- Minha diversão com a cara dos amigos que descobrem que o Elevador Lacerda não é panorâmico!
- Shows de verão no Porto
- Lambreta

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Coisas engasgadas

Receita de Ana Carolina para desengasgar a alma: cante errado!
Por isso que com minha mais sublime voz de taquara rachada

Quando fico triste, toco o violão
Mas não é por causa dele que eu to triste não
Eu só toco pra por no lugar
A tristeza que tenta ficar
Num canto errado do meu coração

Eu canto errado, eu canto bem
Errado pra fazer sorrir quem gosta dos meus erros
Eu quero bem

Quando tô contente, toco meu pandeiro
Mas não é por causa dele que eu rio
O dia inteiro
Eu só toco pra por no lugar
A alegria que teima ficar
Num canto errado da minha canção

Eu canto errado, eu canto bem
Errado pra fazer sorrir quem gosta dos meus erros
Quero bem


(Canto errado – Ana Carolina)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Coisas que só eu sei

O que eu guardo nas minhas caixas;
Os livros que já li;
As músicas que já me fizeram chorar, sonhar e rir;
As lembranças que me fazem chorar, sonhar e rir;
Os sonhos que me assustam e inspiram;
Os sons que me agradam e desagradam;
As minhas crises de gargalhadas;
O meu sangue quente com os preconceitos;
O meu assombro diante das crueldades;
Os homens que já despertaram meus desejos;
Os momentos que nunca esqueço;
As linhas que ainda vou escrever;
Os caminhos por onde andei;
Os palavrões que sei;
O peso das minhas dores;
A paz dos meus amores.

domingo, 5 de setembro de 2010

Coisas que se quer ao se tornar um novo milionário

Todo grande prêmio acumulado da loteria a gente pode ver reportagens e mais reportagens sobre o que as pessoas fariam se ganhassem aquele dinheiro todo. Os sonhos não são muito diferentes. As pessoas comumente pensam naquelas coisas que podem dar uma tranqüilidade para a vida: a casa própria, ajudar parentes em dificuldades, garantir um futuro material tranqüilo para filhos e netos, um carro para cada pessoa da família, se livrar de todas as dívidas e desfrutar de confortos que na nossa vida ordinária de todo dia, muitas vezes nos é negado. Há pessoas que pensam em montar o próprio negócio, porque um dia o dinheiro acaba, né verdade? Bom, isso em termos...

Para nós, pobres mortais, é difícil conceber o que de fato significa ganhar milhões. Entender que cada dia de aplicação renderia um apartamento de luxo em cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro. Digo isso em aplicações modestas, seguras, nada de montanha russa financeira. E pra mim, mais difícil ainda é entender como alguém consegue controlar sua própria vida depois de ganhar alguns metros de dinheiro empilhado. O montante da mega de ontem se empilhado seria três vezes o tamanho do Cristo Redentor!! É um, muuuuuito dinheiro.

Mas conversando com as pessoas a gente vê que as conseqüências negativas de se ter muito dinheiro também são aventadas. Com o dinheiro vem também a cobiça, a desconfiança e o medo de ser enganado ou morto. Dizem por aí, que as vezes você nem precisa ter milhões pra tudo isso acontecer.

Nas entrevistas sobre os sonhos ou desejos que ganhar na mega poderia realizar, uma em particular me chamou atenção. Um senhor de 78 anos disse que gostaria de ganhar na Mega pra poder arranjar uma mulher pra casar. Se depois de ganhar, ele encontrasse uma fininha, com boas formas, bonita, ele casava na hora! E desconfio, pelo jeito com que falou, que ele viu na própria repórter era uma forte candidata....

sábado, 4 de setembro de 2010

Coisas da cegueira

Já escutei muito por aí que as vezes a gente olha mas não vê. Por ignorância, rejeição ou conveniência, eita palavrinha que me tá engasgada, mas enfim, por uma dessas coisas o olhar se condiciona a desfocar a realidade influenciando a forma como ela é percebida. Dizem por aí que é o danado do véu de maya. Uma vez ou outra esse véu vai ao chão e a realidade nua e crua se revela...saber lidar com isso é que é fogo!

E como é triste constatar que há pessoas que te olham, mas não te vêem. Estão tão perto, mas tão longe para ver quem você é. É duro constatar que a cegueira é a palavra de ordem e não a exceção.

Cegueira Bendita
(Florbela Espanca)

Ando perdida nestes sonhos verdes
De ter nascido e não saber quem sou,
Ando ceguinha a tatear paredes
E nem ao menos sei quem me cegou!

Não vejo nada, tudo é morto e vago…
E a minha alma cega, ao abandono
Faz-me lembrar o nenúfar dum lago
´Stendendo as asas brancas cor do sonho…

Ter dentro d´alma na luz de todo o mundo
E não ver nada nesse mar sem fundo,
Poetas meus irmãos, que triste sorte!…

E chamam-nos a nós Iluminados!
Pobres cegos sem culpas, sem pecados,
A sofrer pelos outros té à morte!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Coisas da certeza absoluta

É de minha natureza desconfiar das certezas absolutas, mas confesso que sou convicta sobre algumas coisas. Tenho certeza absoluta do amor que sinto por minha família, que fui feita de amor e, como canta Ana Carolina, “sou feita pro amor da cabeça aos pés e não faço outra coisa senão me doar”. Assim como também tenho certeza de que chocolate e sexo são prazerosos, mas que um não substitui o outro (Nem a pau Juvenal!!). Sei que de perto ninguém é normal, que Deus existe e que a mistura de timidez, inteligência e um belo sorriso me conquistam fácil, fácil. Mas com toda a certeza de minha alma nasci, vivo e morrerei Glaucia dos Santos Marcondes: a corinthiana!