terça-feira, 27 de julho de 2010

Coisas da política

Eu nasci em um bairro janista, que depois se converteu naturalmente em malufista. E eu digo com muito pesar que talvez nem o mais eficiente teórico da conspiração seria capaz de abalar a crença cega do eleitorado malufista. Fico até pensando se o título de FIEL que carregam tão orgulhosamente os corintianos, não seria de fato e de direito dos malufistas. Ora, porque o cara já disse coisas de arrepiar os pêlos de qualquer surdo, há décadas vem superfaturando com obras faraônicas, suas falas demagógicas sendo ridicularizadas por todos os ângulos que as edições de TV permitem, até sua foto na sessão de procurados da Interpol parecem não abalar essa figura caricata. Sempre há aqueles prontos para lançar uma justificativa para suas ações, para suas falas...sempre há alguém disposto a soltar a velha máxima do malufismo: ele rouba, mas faz! Confesso que no meu otimismo teimoso pensei, ou pelo menos tinha fortes esperanças, que com o passar das gerações esse tipo de escola política seria reduzida a pó, coisa arcaica, mas infelizmente, gerações mais novas perpetuam e renovam os ares dessa escola.

Ai...dizer que esse cenário me dá desânimo é pouco. Fica ainda pior quando se considera o que “eles” planejam para o futuro. Como se sentir diferente diante de um Russomanno que aspira ser governador e um Paulo Maluf que diz que só Deus irá tirá-lo da vida pública? E saber que isso não é apenas delírio deles, mas que há chances plausíveis para que aconteçam.

Talvez desalento seja uma boa palavra. Afinal no cenário político que temos estamos lidando nos termos das alternativas menos piores. Bom...ainda bem que elas existem!
De qualquer modo ando me sentindo como naquele velho ditado: quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece! Cruzes!!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Coisas da modéstia

Nos meus delírios Nietzchianos ousados
Eu me conquisto...Tu me conquistas...Ele me conquista...Nós me conquistamos...
Vós me conquistais....Eles me conquistam....E assim tá tudo conquistado por mim!

domingo, 25 de julho de 2010

Coisas do engano

Sabe aquelas ligações que são enganos? Daquele tipo motivado por alguém distraído, com dedo grande ou cego mesmo que digitou errado alguns números e fez com que você saísse estabanada, tropeçando nas coisas, xingando os móveis que “de repente” apareceram na frente do seu joelho ou do dedo do seu pé para atender um telefonema que na verdade não é para você? Que atire o telefone quem nunca passou por isso!

Pois bem, você já reparou como as pessoas te recompensam por isso? Um simples e educado “desculpa foi engano” seria o suficiente, mas a vida nunca é simples, não? Tem sempre alguém complicando até os enganos....

Há aqueles que te reservam o completo silêncio.
- Alô
- Alô...o fulano está?
- Não tem ninguém aqui com esse nome não
- (silêncio absoluto)
E desliga


Muito próximo disso está a grosseria, má educação mesmo, que quando você fala que é engano nem faz silêncio, já desliga direto na sua cara! Isso é a mais pura expressão da ingratidão!!

E o que dizer do povo incrédulo? Ah esses estão na moda ultimamente.
- Alô
- Alô...o fulano está?
- Não tem ninguém aqui com esse nome não
- Como não?
- Não tem
- Mas tem certeza? O apelido dele é fulaninho...
- Nem fulano, nem fulaninho
- Oxi...tem certeza mesmo?
- Tenho
- Então tá bom.

Praticamente um São Tomé: só acredita vendo!

Dos apressados você ganha um mico. O deles, é claro.
- Alô
- E aí vagabundo vai vir ou não? Já to aqui esperando para passar a mão na sua bunda murcha, seu viado!
- Sua mãe sabe que você faz essas coisas menino?
-Ops! Acho que foi engano!


Ah..mas você também pode receber uma cantada.
- Alô
- Oi... queria falar com sicrana
- Não, acho que você discou errado.
- Ah...mas quem fala, não é do 2222-2222 ?
- Não
- Que pena, desculpa então, pelo menos a sua voz é linda!


E da turma “já que estamos aqui...” você té pode ganhar uma dica.
- Alô
- É do mercado do Seu Carlão?
- Não
- Ichi, é mesmo, ah que eu queria tanto saber se hoje ele tá vendendo aquele bolo de milho que a esposa dele faz...você conhece? É uma delícia minha filha! Sabe onde é o mercado do Seu Carlão? Eu te explico, é facinho...


Por falar nisso, não é que o bolo de milho era bom mesmo? Há enganos que podem virar acertos.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Coisas do desassossego

Não paro de pensar naquele sorriso incontrolável de Bruno ao som dos gritos e acusações de assassinato. Sorriso aberto, dentes brancos, de um homem alto, de porte atlético...saiu assim, algemado, altivo e rindo diante de flashes e microfones...e gritos, muitos gritos.
Causou-me um desassossego aquele sorriso. Seria do tipo riso de nervoso ou de um louco? De onde vem aquela expressão de altivez? Da certeza de inocência ou da segurança de que o crime compensa? E sigo nesse desassossego...

Uns são grandes sádicos, outros são grandes pederastas, outros confessam, com uma tristeza de voz alta, que são brutais com as mulheres. Trouxeram-nas ali, a chicote, pelos caminhos da vida. (Livro do desassossego - Fernando Pessoa)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Coisas de recomeço

Hoje resolvi dar uma passadinha por aqui...tirar algumas teias, passar uma vassoura, tirar o pó que se acumulou...CARAMBA!!! Só não tinha me dado conta de quanto tempo levei só pensando em retomar minhas linhas.
Mas aqui estou até que um outro buraco negro me apanhe e me cuspa para um tempo mais adiante. Como dizem por aí, quem é vivo sempre aparece...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Coisas de Drama Queen

“Meu bem-querer
Meu encanto
Tô sofrendo tanto.
Amor, e o que é o sofrer
Para mim que estou
Jurado pra morrer de amor.”
(trecho de Meu bem querer, Djavan)

Tá certo, tá certo, eu ando melodramática sim, e daí?
Mas poderia ser BEM pior, que eu poderia estar cantando...

“Tenho um coração
Dividido entre a esperança e a razão
Tenho um coração
Bem melhor que não tivera
Esse coração
Não consegue se conter ao ouvir tua voz
Pobre coração
Sempre escravo da ternura

Quem dera ser um peixe
Para em teu límpido aquário mergulhar
Fazer borbulhas de amor pra te encantar
Passar a noite em claro, dentro de ti
Um peixe, para enfeitar de corais tua cintura
Fazer silhuetas de amor à luz da lua
Saciar essa loucura, dentro de ti...”

(trecho de Borbulhas de amor – na voz de Fagner)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Coisas do absurdo

Há dias recebi um e-mail através de umas das minhas listas com o título “o líquido mais valioso do mundo” ou something like that. Imediatamente me veio a cabeça o petróleo, aliás um líquido que não me sai da cabeça desde o começo do ano, mas isso é outra coisa, voltando....em um outro e-mail respondendo ao primeiro....novamente “ o líquido mais valioso do mundo”, me veio a mente outro que tem se tornado valioso: a água.

Ok! Passados os dias, outro e-mail resposta e então com mais tempo resolvi abri-lo para ver de que líquido se tratava (a idéia do petróleo voltou a rondar meus pensamentos). Eis que fui surpreendida, pois nada mais era do que a tinta de impressão! Sim senhor, a tinta de impressão. Reduzida hoje aos míseros 15 ml! Veja bem, para os pobres franciscanos do mundo acadêmico, como esta que vos escreve, isso é nada! Imprima uma tese ou meia dúzia de artigos de congressos e pronto! Lá se foi o cartucho inteiro. E olha que a máquina já foi configurada em economic fast! Realmente, conforme os protestos veementes contidos nos e-mails, a tinta de impressão tem se tornado o líquido mais valorizado do mercado. Diferente do que ocorreu com sua quantidade, o seu preço por ml só tem aumentado.

O problema é que poucas pessoas de fato perceberam isso. Assim como acontece com outros produtos, a gente não se dá conta que a redução no preço, que vemos concretamente nas lojas (baixou de 80 reais para 30), não condiz com a quantidade de produto vendido. Pois, seu peso ou quantidade, na maioria das vezes, foi reduzido numa proporção muito maior do que seu custo. Veja, por exemplo, a bolacha Negresco ou a caixa de bombons Especialidades. O que vocês esperavam? Esses são produtos que eu conheço muito bem, ora bolas!

A alternativa tem sido buscar outras opções. E ficar de olho bem aberto pra não ser “tão” ludibriado. Mas que isso tem se tornado um absurdo e um desrespeito comum, ah isso tem...