quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Coisas desse menino Maycon

Dizem por aí que o baiano tem um ritmo diferente. O tempo e a ação dos baianos obedeceriam a uma lógica única. Tudo se desenvolve com certo vagar despreocupado. Ah, mas não é tão simples assim. Principalmente se você conhecer esse menino Maycon. Menino franzinho, olhar sempre distante e distraído, de andar arrastado e ao mesmo tempo firme. Eu acho graça nas suas expressões faciais quando algo está rápido demais, cansativo demais ou pesado demais. Algo como fora do ritmo que a vida lhe deu. E aí que vem a pausa pro cigarro. A estratégia máxima para trazer tudo em volta ao seu ritmo preferido. Se você não vai acompanhá-lo, tudo bem. O importante é que ele chegará lá também. E chegará bem. Pode apostar.

Acredito que haja um descompasso quase constante entre seus pensamentos e suas ações. Eu sempre “sinto” que os pensamentos desse menino Maycon estão muito além do aqui agora. Há quem ache que pessoas assim estão fora de órbita. Pode até ser. Mas não se iluda. Porque pessoas como esse menino Maycon quando resolvem botar pra fora tudo aquilo que estão curtindo por dentro são capazes de arrasar quarteirões. Provocam terremotos com suas provocações tão certeiras e afiadas. Faz lembrar até aquele bordão humorístico: “Mexe com quem tá quieto”. Há uma inocência nada inocente, me permito dizer. O sorriso solto é só na proximidade. Apenas na intimidade. O abraço é pra aquecer. É pra levar um pouco dele com você. Sempre.

Esse menino Maycon tem a alma inquieta. Não de qualquer inquietação. Mas do tipo próprio dos poetas e desbravadores, que também não seguem no ritmo do mundo. Por essas coisas que me cativa tanto esse menino Maycon.
Agora esse menino Maycon vai experimentar outras paradas, perder seu olhar em outras paisagens e soltar o verbo com outros sotaques. E que nossos patrícios se cuidem, porque tudo será no ritmo...dele.

Para esse menino Maycon eu pego emprestado a poesia de outro baiano pra dizer que depois dessa nova aventura que começa agora “um dia vou ver você/ chegando num sorriso/ pisando a areia branca/ que é seu paraíso.” E “debaixo dos caracóis dos seus cabelos/ uma história pra contar/ de um mundo tão distante”. Faça uma deliciosa viagem, meu caro amigo.

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