sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Coisas que acontecem

Há dias que são dias, costumo dizer. Onde o que governa é a intensidade com que se vê certos imponderáveis da vida. Pode ser a raiva que explode, a frustração que domina, a decepção que prostra, o abandono que fere, a tristeza que emudece, a saudade que aperta, o gesto que comove, a alegria que transborda, a ansiedade que eletrifica, o desejo que arrepia ou o amor que suspira. Porque há dias em que essas coisas acontecem de arrebato. Sem aviso prévio. Ou talvez seja assim que a gente percebe que elas acontecem.

Há dias que são dias. Porque o corpo fica desperto e se sente mais do que nunca que se está vivo e que o coração pulsa.

Há dias que são dias. Onde o que se quer é a cumplicidade de um olhar, o afago de uma mão terna, o aconchego de um abraço, a luz de um sorriso, o companheirismo de um silêncio, a paz da solitude, a irreverência de uma graça, o som de uma gargalhada, o contentamento de uma aproximação, o cheiro de uma pele, a união de corpos, a delicadeza e o calor de um beijo.

Há dias que são dias porque o que acontece mexe com o corpo e a alma da gente.
Há dias que são dias porque os outros dias são simplesmente....dias.

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