terça-feira, 31 de agosto de 2010

Coisas do acordar

O calor que faz nessa cidade me fez ter o hábito de manter as janelas sempre abertas. Acostumei-me a dormir olhando as estrelas e a lua. Ver a chuva cair sem ser atingida. E acordar com o amanhecer que clareia aos pouquinhos, mesmo nos dias nublados. Nos meses de verão é a brisa que me desperta, aliviando a temperatura de uma noite quase tão quente quanto o dia.

Nesses dias algo novo nessa rotina aconteceu. Meus olhos que ao despertarem rapidamente contemplam o céu que desfila na minha janela tiveram mais dificuldade para vê-lo. Meu rosto que é sempre tocado pela brisa, também demorou a senti-la. Meu corpo sempre, bom...quase sempre, ágil e disposto a movimentar-se quando acordo, estava praticamente inerte. Algo de muito errado estava acontecendo. Foi quando me dei conta da minha infidelidade e que a conseqüência seria penosa. Por uma noite troquei a segurança e o aconchego por um fuleiro safado que não está nem aí para a integridade do meu corpo. Ah...essas bobeiras que a gente faz na vida. Uma noite apenas e, diga-se de passagem, nem foi lá AQUELA noite! Mas agora já é tarde, esse bendito torcicolo me ensinará direitinho o que acontece quando se dorme com o travesseiro errado.

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